Neste lançamento da Editora Fiocruz em coedição com a Unifesp, Alvaro (Carmen) Jarrín combina trabalho de campo etnográfico, pesquisa em arquivo e leituras da cultura popular, a fim de examinar as concepções vigentes de beleza no Brasil, sob a ótica conjunta da biopolítica foucaultiana e da teoria do afeto.
O resultado de três anos de pesquisa é apresentado em seis capítulos originalmente publicados em língua inglesa, em obra contemplada pelos prêmios Marysa Navarro Book Prize (2018), do Conselho de Estudos Latino-Americanos da Nova Inglaterra (NECLAS, na sigla em inglês) e Michelle Rosaldo Book Prize (menção honrosa - 2019), da Associação por uma Antropologia Feminista (AFA, na sigla em inglês).
Nos dois primeiros capítulos do livro, é delineada a estrutura que, segundo Jarrín, transformou a beleza numa tecnologia de biopoder no Brasil, o que envolve, do projeto de embranquecimento da nação, no início do século XX, à incorporação da cirurgia estética no SUS, nos anos de 1960.
Nos capítulos 3 e 4, o autor lança o olhar às dimensões afetivas da beleza. A partir de entrevistas etnográficas com pacientes cirúrgicos, confrontadas com narrativas presentes nas mídias nacionais, discute os modos pelos quais a beleza, como uma qualidade afetiva - valorada, tal qual o capital, apenas pela própria circulação - gera uma hierarquia estética, criadora do que chama de uma “cidadania cosmética”.
Os dois últimos capítulos analisam os investimentos individuais e coletivos na beleza como projeto nacional. A lógica racial serve de base para a construção da beleza como uma preocupação com a “saúde”, em que cirurgiões plásticos participam da medicalização de traços não europeus, a exemplo do diagnóstico de “nariz negroide”. Pacientes de baixa renda tornam-se sujeitos experimentais, em ambientes em que o processo decisório está longe de ser racional.
A conclusão reflete sobre as dimensões transnacionais da beleza. Se a indústria do embelezamento assume registros regionais e nacionais variados, a depender das histórias e corpos políticos em que emergem, ainda assim, conclui Jarrín na apresentação da obra, “há metodologias e percepções teóricas comuns que nos permitem pensar globalmente na beleza, produzindo certas formas de afeto que transcendem fronteiras e permitem operações biopolíticas transnacionais, ligadas a histórias coloniais e a novas formas de imperialismo".
Alvaro (Carmen) Jarrín é professor associado de antropologia no College of the Holy Cross, em Massachusetts, Estados Unidos. Pós-doutorando da Mellon/ACLS, em afiliação com o Programa Avançado de Cultura Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro, possui mestrado e doutorado em Antropologia pela Duke University (2007, 2010) e graduação em Antropologia e Literatura em Inglês - Williams College (2003). Ministra cursos sobre antropologia médica, gênero e sexualidade, self cibernético, desigualdade na América Latina, ativismo queer global e justiça racial. |
ISBN | 9786557081457 |
Autores | Jarrín, Álvaro (Autor) ; Ribeiro, Vera (Tradutor) |
Editora | Fiocruz |
Idioma | Português |
Edição | 1 |
Ano de edição | 2023 |
Páginas | 384 |
Acabamento | Brochura |
Dimensões | 21,00 X 14,00 |
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