Neste notável romance, Nei Lopes conta a história das mudanças do Rio de Janeiro do século XX através de um típico morador carioca.
A última volta do Rio é o lamento de um preto carioca da gema que viveu os anos de ouro da Cidade Maravilhosa e hoje sofre com as mazelas que a estão destruindo, tais como o crime, a corrupção, o racismo religioso e a intolerância.
Maurício de Oliveira, o Cicinho, foi o primeiro de sua família a cursar o ginasial. Saído do Irajá, na zona norte do Rio de Janeiro, formou-se em Direito e tornou-se procurador federal. Acompanhou todas as mudanças que o Rio de Janeiro sofreu ao longo dos anos: da transferência da capital para o interior do país (e as disputas que se seguiram) ao surgimento de novos atores políticos — e religiosos — na dinâmica da cidade. Conforme apontou Marcelo Moutinho, na orelha do livro, o percurso de Cicinho “reflete, no microcosmo individual, a trajetória de um país em permanente cataclismo [...], cheio de impasses, que são esquadrinhados por Nei com verve e ironia”.
Nei Lopes vem se empenhando em produzir uma literatura ficcional em que o indivíduo negro e o povo negro em geral sejam protagonistas quase absolutos das tramas que desenvolve, sempre ambientadas a partir dos subúrbios do Rio de Janeiro. Este A última volta do Rio consolida de forma definitiva a força narrativa do autor.
“Aquela do presidente preto nunca mais saiu da cabeça do Maurício. Ele sabia que o Brasil tinha preto bom de bola, cantor, dançarino, enfermeiro... Mas presidente da República? Como? A novidade então virou o ‘segredo do Castelo’ ou ‘da Esplanada’. Que ainda hoje, embora não seja oficialmente um bairro, é um importante local do Centro da cidade. Aliás, antes da mudança, era o centro do Centro, por abrigar os prédios das grandes decisões, onde se julgavam os destinos, onde se ouvia a música mais refinada, viam-se os melhores filmes estrangeiros, tomava-se o chope mais bem tirado, cobiçavam-se as mulheres mais bonitas e invejavam-se os homens mais bem trajados. Aqui é que era o Rio, com R maiúsculo.”
Nei Lopes nasceu em 1942, no subúrbio carioca de Irajá. Ex-advogado, destacou-se como compositor de música popular e depois como escritor, notadamente com os romances Rio Negro, 50 e O preto que falava iídiche, e com os contos de Nas águas desta baía há muito tempo, todos pela Editora Record. Acumula publicações e premiações, como o 58º Prêmio Jabuti nas categorias Melhor Livro de Não Ficção e Livro do Ano, conquistado com o Dicionário da História Social do Samba (Civilização Brasileira), escrito em coautoria com Luiz Antonio Simas. Em 2022, aos 80 anos, já doutor honoris causa pela UFRRJ e pela UFRGS, recebeu a mesma homenagem da UERJ e da UFRJ.
Nei Lopes é profissional da música desde 1972, com obras gravadas pelos principais nomes do samba. Integrou a ala de compositores da escola de sambaAcadêmicos do Salgueiro e foi dirigente da Unidos de Vila Isabel. É também escritor e estudioso das culturas africanas, no continente de origem ena diáspora. Publicou dicionários e enciclopédias, como Kitábu: o livro dosaber e do espírito negro-africanos (2005) e o Dicionário da história social dosamba (2015), com Luiz Antonio Simas, vencedor do Prêmio Jabuti em 2016na categoria de teoria/crítica literária, dicionários e gramáticas. |
ISBN | 9786555876628 |
Autor(a) | Lopes, Nei (Autor) |
Editora | Record |
Idioma | Português |
Faixa etária | Adolescentes (11-14) |
Edição | 1 |
Ano de edição | 2023 |
Páginas | 192 |
Acabamento | Brochura |
Dimensões | 20,50 X 13,50 |
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