Um drama impregnado de profundo lirismoNesta novela lapidar, Eduardo retorna, depois de uma longa ausência, para sua terra natal, a cidade fictícia de Abarama. Prestes a sumir do mapa devido a uma barragem que vai alagá-la, Abarama é praticamente um cemitério de almas e casas abandonadas.Escrito com apurada técnica narrativa, Depois do último trem é tributário de Juan Rulfo quanto ao tema e de Kafka quanto ao registro realista e linear usado para tratar de uma situação absurda. Aproxima-se da melhor literatura fantástica ao abordar o desespero do personagem frente a uma realidade estranha aos seus sentimentos. Trata-se de um grito desesperado e impotente diante do mundo e da passagem do tempo, contrariando a natureza do ser humano, que, em meio a perdas, numa paisagem desolada, teima, insiste e continua esperando pelo último trem, que há muito já passou. "1) Nova edição que faz parte das comemorações dos cem anos do nascimento de Josué Guimarães, autor dos clássicos Camilo Mortágua e A ferro e fogo, entre outros.2) Este romance, de 1973, escrito e publicado em plena ditadura militar, foi a primeira incursão do autor no estilo realismo fantástico. Aqui, como em Enquanto a noite não chega, de 1977, e O cavalo cego, de 1979, ficam evidentes suas influências do mexicano Juan Rulfo e de Franz Kafka quanto ao manejo do absurdo.3) Após dez anos de ausência, o protagonista, Eduardo, retorna para sua cidade natal, a fictícia Abarama, que desaparecerá da face da Terra em poucos dias, sendo inundada em função de uma represa. Em seu vaguear pela cidadezinha condenada a desaparecer, ele conversa com outros habitantes, e o leitor é convidado a reflexões sobre a finitude, sobre a inexorabilidade da destruição, sobre escolhas e arrependimentos. 4) Josué foi jornalista nos veículos Folha da tarde, Diário de notícias, O cruzeiro, Correio da manhã, entre outros, além de ter sido correspondente em Portugal e no Oriente. Foi perseguido durante a ditadura militar, o que o levou ao exílio. Faleceu em 1986, de volta ao Brasil. 5) “Josué Guimarães foi, junto com Erico Verissimo, os maiores ficcionistas da literatura sul-rio-grandense. Soube como ninguém retratar o dia a dia provinciano, fazendo uma crítica social de caráter universal”, afirma Ivan Gomes Pinheiro Machado, sócio-fundador da L&PM Editores e amigo do autor.6) O método de criação do escritor consistia em imaginar toda a trama e personagens do livro, e só então se colocavaa escrever. Antes de pôr caneta à página, contava e recontava a história para amigos escritores mais próximos, como Erico Verissimo.7) Como parte das comemorações dos 100 anos do nascimento do autor, de 3 a 7 de maio haverá o Colóquio 100 Josué Guimarães (1921/2021), online, promovido pela Universidade de Passo Fundo (instituição que guarda o acervo literário do escritor) em conjunto com a Secretaria Estadual de Cultura do RS, a Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre e a L&PM Editores: https://www.upf.br/aljog/coloquio-100-josue-guimaraes-1921-2021.Além disso, a L&PM Editores promoverá, a partir de abril, o ciclo de bate-papos Tempos de Josué; a cada mês, um especialista na obra de Josué Guimarães; os eventos serão gratuitos e veiculados pelo YouTube. A divulgação será pelas redes sociais da editora.8) Esta nova edição pode ser colocada junto às novas edições de Enquanto a noite não chega e É tarde para saber, que seguem o mesmo projeto gráfico."
Sobre o autor(a)
Guimaraes, Josue
Josué Guimarães Gaúcho, nasceu em 1921 e morreu em 1986. Foi jornalista e correspondente estrangeiro de muitos jornais e revistas. Aos 49 anos, publicou seu primeiro livro. |
ISBN | 9786556661292 |
Autor(a) | Guimarães, Josué (Autor) |
Editora | L&pm |
Idioma | Português |
Edição | 1 |
Ano de edição | 2021 |
Páginas | 144 |
Acabamento | Brochura |
Dimensões | 21,00 X 14,00 |