Edição revista e ampliadaCAPAZ[...] Tem muitas entonações, correspondendo a várias possibilidades semânticas, ainda mais acompanhado por algum acessório para ênfase, como “Bem capaz”, “Mas capaz!”. “Capaz que sim” quer dizer sim; “capaz”, sozinho, quer dizer não; “bem capaz” quer dizer não com uma sublinha de ênfase; “mas bem capaz”, nem fudendo; “capaz!?”, com exclamação e interrogação ao mesmo tempo, equivale a “Sério!?”.RONCARAquele barulho que faz o cara que tá tomando mate e chega ao fim da água. “Tem que roncar”, por exemplo, diz um experimentado para um novato ou visitante que se meteu a tomar o mate mas ficou pela metade.VAMO IREssa flexão, esse agrupamento verbal é muito comum em Porto Alegre e adjacências. Poderia ser simplesmente “vamos”, mas a gente reforça repetindo o verbo, no infinitivo.Passados mais de vinte anos de seu primeiro lançamento, Dicionário de porto-alegrês, esta obra etimológico-antropológica que desvenda hábitos e imaginário da capital mais meridional do Brasil, está de volta em nova edição inteiramente revista e ampliada. Luís Augusto Fischer, professor de literatura e português e observador da nossa gente, fez a proeza de compilar, durante décadas, os termos e as expressões que nos são mais característicos, e aqui os explica, com sua verve e graça de sempre. Um compêndio linguístico deleitável e afetuoso. 1) Nova edição, totalmente revista e ampliada, publicada por ocasião do 250º aniversário da fundação da cidade de Porto Alegre, em 26 de março de 2022.2) Foram acrescidos mais de 130 novos verbetes, além de várias outras reformulações e atualizações nos verbetes já existentes.3) Publicada originalmente em 1999, a obra reúne termos, expressões idiomáticas e gírias usadas pelos porto-alegrenses, e as explica e exemplifica de maneira bem-humorada - o que faz com que seja muito mais do que um volume de consulta.4) Trata-se de uma obra afetiva já bastante conhecida dos porto-alegrenses e gaúchos, que vinha sendo publicada na Coleção L&PM Pocket. A edição em formato convencional estava há vários anos fora das livrarias.5) Um dos trunfos do autor é conversar com o leitor, numa prosa deliciosa e informal: 6) O livro é também um roteiro antropológico-sentimental sobre a cultura da capital mais meridional do Brasil, comentando modos e costumes da população, com humor e autoironia. Exemplo: “GOSMA: A quinta estação climática do ano, em Porto Alegre. Uma mistura infernal de alta temperatura com alta umidade. Ocorre em março, especialmente em março, mas pode se espalhar pelas redondezas de fevereiro e abril. ‘Me diz uma coisa quente’, pede a moça ao rapaz, numa hipotética cena ocorrida em março; e ele responde: ‘Porto Alegre’. Também chamada de bafo, mas esta palavra não carrega tudo que precisa para designar o evento. 7) Ideal para presentear porto-alegrenses nascidos ou por opção, na cidade ou no exílio.8) Luís Augusto Fischer é professor de literatura brasileira na UFRGS, tendo também lecionado Língua Portuguesa. É estudioso de Machado de Assis, escritor, cronista, crítico literário e um dos fundadores e participantes do Sarau Elétrico - evento que reúne bate-papo e literatura às terças-feiras no Bar Ocidente (em Porto Alegre), também desde 1999.
Sobre os autores(as)
Fischer, Luis Augusto
Luís Augusto Fischer é professor de literatura brasileira na UFRGS. Crítico literário, ficcionista, é autor de Inteligência com dor: Nelson Rodrigues ensaísta, entre outros. |
Pinheiro Machado, Ivan
Capa: Ivan Pinheiro Machado sobre a pintura “Retrato de Dante” (1495), Sandro Boticelli 47 x 57 cm, têmpera sobre madeira. Coleção particular, Genebra, Suiça. |