Delírio tropicalEste livro conta a história da Nova Germânia, colônia funda¬da em plena selva paraguaia em 1886 pelo fanático antissemita dr. Bernhard Förster, casado com Elisabeth Förster-Nietzsche, irmã do filósofo alemão Friedrich Nietzsche. O objetivo desta colônia seria criar uma comunidade modelo e pura de interferências étnicas no Novo Mundo para demonstrar a “superioridade da raça ariana alemã”.Baseada nos fatos verdadeiros que levaram à criação e à destruição da desvairada utopia de Förster e Elisabeth Nietzsche, Nathalie e Christophe Prince escreveram a quatro mãos – combinando ficção e realidade – uma história de tirar o fôlego. Por aqui desfilam aventureiros, fanáticos, nativos, colonos ingênuos, todos envolvidos na tentativa louca e inútil de vencer a selva, as doenças, os insetos, as feras e os desafetos. Tudo isso, com o objetivo único de criar na vastidão da selva tropical uma ilha de “pureza racial”, lançando as sementes da ideologia nazista que meio século depois causaria tanta destruição. "1) Baseado na troca de cartas entre o filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) e sua irmã, Elisabeth, ocorrida quando ela e seu marido, Bernhard Förster, se mudaram para o Paraguai no final do século XIX para fundar uma colônia alemã.2) “Nova Germânia”, como ficou conhecida, foi criada pelos Förster para ser um núcleo de desenvolvimento da raça pura ariana, um prelúdio do antissemitismo que devastaria a Alemanha e toda a Europa no século XX.3) Com a ajuda de fotografias, documentos e registros pessoais e oficiais, os autores recriam o Paraguai da época e dão a dimensão da empreitada promovida pelos Förster, além de retratar os anos finais de Friedrich Nietzsche e o agravamento de sua doença mental.4) O projeto delirante trouxe para o coração da selva paraguaia quinze casais alemães que não estavam preparados para encontrar terras não cultiváveis, doenças como malária e tuberculose, além de insetos e todo tipo de animais selvagens. As cartas de Elisabeth para o irmão, entretanto, contavam outra história, falsa: para Elisabeth, tudo corria bem e logo seu marido seria governador do Paraguai. 5) O livro é uma peça-chave para se entender também o papel de Elisabeth na deturpação da obra do irmão: após o suicídio de Bernhard em decorrência do fracasso total do projeto de criação da colônia, Elisabeth retorna para a Alemanha para cuidar do seu irmão e, após a morte deste, se dedica a reescrever sua obra, fazendo com que por muitos anos o pensamento de Nietzsche fosse atrelado ao nazismo.6) Escrito a quatro mãos pelo casal Prince, Nietzsche no Paraguai foi concluído somente por Nathalie em decorrência da morte do marido, como ela conta no posfácio. Além de trazer à luz a história pouco conhecida da colônia alemã em pleno Paraguai e os meandros do antissemitismo, o romance é uma leitura imperdível para todos os fãs de Nietzsche. Ele continua sendo um dos nomes mais influentes da filosofia, tendo abordado temas centrais como a religião a política e a cultura, construindo um grande estudo sobre a moral, sempre lido e revisitado, como neste texto publicado na Folha de S.Paulo em agosto de 2020 sobre os 120 anos de sua morte: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/juliana-de-albuquerque/2020/08/leitor-do-mundo-nietzsche-reinterpretou-principais-obras-da-cultura-ocidental.shtml7) Todos os livros do autor publicados pela L&PM são um sucesso de vendas, em seus diversos formatos, inclusive em mangá."
Sobre os autores(as)
Simoes, Julia Da Rosa
Historiadora, tradutora e Doutora em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Realizou parte de sua pesquisa de doutorado na Ècoles des Hautes Ètudes em Sciences Sociales, em Paris, na França. É tradutora do francês desde 2004 e tem mais de 100 traduções publicadas por grandes editoras brasileiras. |
Pinheiro Machado, Ivan
Capa: Ivan Pinheiro Machado sobre a pintura “Retrato de Dante” (1495), Sandro Boticelli 47 x 57 cm, têmpera sobre madeira. Coleção particular, Genebra, Suiça. |