" Clássico da literatura, esta nova edição O retrato de Dorian Gray conta com luxuoso projeto gráfico e textos auxiliares inéditos. “Não há livros morais nem imorais. Os livros são apenas bem ou mal escritos”, do prefácio de Oscar Wilde.Publicado em 1890 na lendária revista Lippincott’s Monthly Magazine, O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, já nasceu escandaloso. O editor inclusive submeteu o original a cortes por considerar algumas passagens “indecentes”. O cultuado escritor irlandês revisou essa versão, excluindo alguns trechos, e acrescentou a ela um prefácio e sete capítulos. Com isso, buscou realçar alguns temas – como a tensão entre classes sociais na era vitoriana – e disfarçar outros – como as insinuações homoeróticas “libertinas”. A história foi lançada em livro em 1891. Mesmo após Wilde fazer alterações, buscando um tom mais comedido, ele e a obra foram tachados de “imorais”.Nestas páginas, o artista Basil Hallward, o jovem e belo Dorian Gray e o lorde Henry Wotton, seu mentor, conduzem leitoras e leitores pelos prazeres do corpo e do espírito, propondo reflexões sobre os limites do hedonismo. As cenas e os diálogos revelam o próprio gênio de Oscar Wilde – por vezes paradoxal –, que não se furtou a imprimir nos personagens seus predicados pessoais.Com intuito de pensar os afetos contemporâneos a partir deste clássico, a Editora Civilização Brasileira traz, nesta edição especial, textos inéditos de Fabio Akcelrud Durão, professor de teoria literária da Unicamp, e João Silvério Trevisan, escritor premiado e ativista LGBTQIA+. Além disso, foi mantida a apresentação do escritor Carlos Heitor Cony, presente na edição anterior.“Tenho inveja de todas as coisas cuja beleza não pereça. Tenho inveja deste meu retrato que você pintou. Por que lhe é dado conservar o que hei de perder? Cada momento que passa tira-me alguma coisa e dá alguma coisa a ele. Oh, se fosse o contrário! Se o retrato pudesse mudar e eu ficar sempre tal qual sou agora! Por que o pintou? Ele zombará de mim um dia, zombará cruelmente.”- O retrato de Dorian Gray “O retrato de Dorian Gray é […] o livro de ficção mais sensacional da Terra. A sua sedução persiste, é cada vez maior. Hoje passou a ser o credo de uma estética nova na Terra inteira.” - João do Rio“Wilde deixou evidente que sua intenção era mostrar não apenas as emoções e os prazeres de uma vida devotada à beleza, mas também seus limites e perigos.” - The New Yorker “Relido hoje […], O retrato de Dorian Gray se mostra uma parábola fascinante e prazerosa sobre o ideal estético da arte pela arte.” - The Guardian " Oscar Wilde (Dublin/Irlanda, 1854 – Paris/França, 1900) foi escritor, poeta, dramaturgo e dândi.Residente em Londres e, à época, autor aclamado,Wilde viu sua reputação arruinada após a acusaçãode “sodomia” por parte do pai de seu amante.No julgamento, sua obra-prima O retrato de Dorian Gray foi utilizada como prova de suas“tendências homossexuais”. Condenado a doisanos de prisão e trabalhos forçados, Wilde caiu emostracismo diante de uma sociedade intolerantea existências homoafetivas. Intelectual e artistarefinado, buscou viver com a mesma paixãodedicada às suas criações. Faleceu prematuramente,falido e abandonado por amigos e familiares, quenão suportaram o escândalo de sua condenação.Apesar do desfecho trágico, a figura de OscarWilde resiste potente e viva, especialmente,em O retrato de Dorian Gray. Um clássico quenão foi apagado pela recepção conservadorae homofóbica de seu tempo.
Sobre o autor(a)
Wilde, Oscar
Nasceu em Dublin, Irlanda, em 1854. Filho de um médico e de uma escritora, esteve desde a infância rodeado de intelectuais.Escreveu contos, poesia, peças de teatro e ensaios.Em 1883, casou-se com Constance Lloyd, com quem teve dois filhos.Wilde publicou o seu único romance e uma das maiores obras da literatura inglesa O Retrato de Dorian Gray, em 1891.Nele, expôs a futilidade da alta sociedade e seu contrate com a rotina da classe operária.Vítima de moralismo que sempre criticou, foi acusado de homossexualidade, devido ao envolvimento com o filho de um marquês, em 1895, e condenado a dois anos de prisão.Libertado, mudou-se para Paris, onde morreu de meningite em 1900. |