A obra-prima do mais importante pensador da luta antirracista e anticolonial.
Os condenados da terra é o ponto culminante de uma obra radical e incontornável abreviada pela morte precoce do psiquiatra martinicano Frantz Fanon, um dos pensadores mais revolucionários do século XX.
Ao analisar a situação colonial, Fanon tensiona política, sociedade e indivíduo, demonstrando de forma clara as estratégias e efeitos do poder dominante — o resultado da opressão é raiva, dor e loucura. Com isso, o autor desmonta a lógica colonial europeia — branca, brutal e racista —, e propõe uma “descolonização do ser”, afirmando: “É preciso mudar completamente, desenvolver um pensamento novo, tentar criar um homem novo.” Só assim é possível criar um mundo realmente humano, onde a massa deserdada de homens e mulheres dos países colonizados e pobres — os condenados da terra — sejam os inventores de sua própria vida.
Publicado em 1961, ano da morte de Fanon, que o escreveu doente e sabendo que o tempo era escasso, o livro é considerado um clássico absoluto, suma de seu pensamento e um tratado magistral sobre as relações entre colonialismo, racismo e insubmissão.
Esta edição traz apresentação de Thula Pires, Wanderson Flor do Nascimento e Marcos Queiroz, além do prefácio de Jean-Paul Sartre à edição original de 1961 e texto de Cornel West.
Jean-Paul Sartre nasceu no dia 21 de junho de 1905 em Paris. Desde muito jovem criticou os valores e as tradições de sua classe social, a burguesia. Lecionou durante algum tempo no Liceu de Havre, seguindo depois sua formação filosófica no Institut Français de Berlim. Desde seus primeiros textos filosóficos aparece a originalidade de um pensamento existencialista. Sartre sempre foi muito preocupado em abordar os problemas de sua época, e manteve até o fim de sua vida uma intensa atividade política. Ele morreu em Paris no dia 15 de abril de 1980. |
Frantz Fanon nasceu em Fort-de-France, capital da então colônia francesa Martinica, em 1925. Em 1941, teve aulas no Lycée Schœlcher com o poeta e crítico da colonização europeia Aimé Césaire. Em 1944, deixou a colônia para lutar na Segunda Guerra Mundial ao lado das Forças Francesas Livres. Após a guerra, em 1946, mudou-se para Paris, onde fez cursos de biologia, física e química. Entre 1949 e 1951, estudou psiquiatria no hospital Le Vinatier, em Bron, e ingressou em medicina na Universidade de Lyon. Em 1951, estagiou no hospital Saint-Ylie, em Dole. Em 1952, participou do programa de residência em psiquiatria do Hospital de Saint-Alban sob a supervisão de François Tosquelles. Em 1953, aceitou uma oferta para coordenar o maior hospital psiquiátrico da Argélia, o Blida-Joinville, em Argel. Em 1954, com o começo da Revolução Argelina por independência da França, Fanon passou a tratar de combatentes de ambos os lados do conflito. Em 1956, demitiu-se do hospital e expôs na “Carta ao Ministro Residente” sua ruptura com a política colonial francesa. No ano seguinte foi expulso da Argélia e se mudou para a Tunísia. Passou a trabalhar como psiquiatra no Hospital de La Manouba e, posteriormente, no Hospital Geral Charles-Nicolle. No mesmo ano, juntou-se à luta por independência da Frente de Libertação Nacional (FLN). Prestou serviço médico aos revolucionários, treinou equipes médicas, palestrou e escreveu a respeito da revolução – inclusive para a revista Les Temps Modernes, editada por Jean-Paul Sartre. Em 1959, representou a fln no Segundo Congresso de Escritores e Artistas Negros em Roma, incentivando o que chamou de “literatura de combate”. No mesmo ano, sofreu uma tentativa de assassinato por parte da Le Main Rouge, organização terrorista do serviço secreto francês que atuava na Argélia. Em 1960 foi diagnosticado com leucemia. No ano seguinte, escreveu Os condenados da terra em seis semanas e viajou a Bethesda, nos Estados Unidos, para se tratar do câncer no Instituto Nacional de Saúde, mas faleceu dois meses depois. A pedido da fln, foi enterrado na Argélia, que conquistou sua independência em 1962. |
Regina Salgado Campos, professora de Literatura Francesa na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, é autora, entre outros, de Ceticismo e responsabilidade: Gide e Montaigne na obra crítica de Sergio Milliet (1996). |
Professora associada do curso de graduação e do programa de pós-graduação em Letras da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo. Bacharel em Letras (Francês / Português / Linguística) pela Universidade de São Paulo. Mestrado em Análise do Discurso, Universidade de Paris 13. Doutorado em Estudos Portugueses e Brasileiros pela Université de Paris 3 ? Sorbonne, com tese sobre vida e obra do escritor e abolicionista Luiz Gama. Pós-doutorado no Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB-USP), com pesquisa sobre epistolografia de Mário de Andrade, sob a supervisão de Marcos A. de Moraes. Membro dos grupos de pesquisa "Diálogos Interculturais" e ?Relações Brasil-França?, do IEA - Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. Membro do NEAB (Núcleo de Estudos Brasileiros) da UNIFESP. Em 2017 foi professora-pesquisadora convidada do programa Labex Transfers da ENS (École Normale Supérieure de Paris) e ITEM - Institut des textes et manuscrits modernes, França. É autora de Primeiras Trovas Burlescas de Luiz Gama e outros poemas (Martins Fontes, 2000) e Com a palavra Luiz Gama. Poemas, artigos, cartas, máximas (Imprensa Oficial, 2011, 2018, 2019); Convidada oficial da FLIP (Festa Literária de Paraty), 2018. Em 2018, recebeu a condecoração ?Chevalier des palmes académiques?, do governo francês. Tem experiência na área de Letras, com ênfase nos seguintes temas : Luiz Gama, abolicionismo e literatura ; o negro na literatura brasileira (século XIX- início século XX); relações culturais Brasil-França; estudos interculturais; autobiografia e autoficção; tradução; epistolografia (edição de fontes primárias - correspondências - em português e em francês), plurilinguismo e criação literária (escritores não francófonos de expressão francesa); relações entre língua, cultura e literatura estrangeira. |
ISBN | 9786559790845 |
Autores | Fanon, Frantz (Autor) ; Ferreira, Ligia Fonseca (Tradutor) ; Campos, Regina Salgado (Tradutor) ; Mendonça, Oga (Design) ; Sartre, Jean-Paul (Prefácio) |
Editora | Jorge Zahar Editor |
Idioma | Português |
Edição | 1 |
Ano de edição | 2022 |
Páginas | 376 |
Acabamento | Brochura |
Dimensões | 21,00 X 14,00 |
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