A campanha pela abolição foi mais longa e arriscada do que em geral se imagina, envolvendo muita ação e política, mas nunca prescindiu da propaganda escrita. Os textos aqui reunidos resgatam essa imensa mobilização, tão distante da idílica imagem da canetada da “princesa redentora”.
De 1868 a 1888, centenas de homens e mulheres se engajaram em ações antiescravistas, criando associações civis, fazendo viagens de propaganda, promovendo eventos artísticos, lançando candidaturas eleitorais e pensando rotas de fugas para os cativos. Também escreveram um sem-número de poemas, romances, peças, artigos… e panfletos — dois dos quais coligidos neste volume.
Produzidos no calor do momento e publicados em 1883, ano de grande aceleração da mobilização abolicionista, esses textos defendem o fim do trabalho escravo. O primeiro, de Joaquim Nabuco, ganhou muitas edições subsequentes, tornando-se um clássico. Ficou conhecido por “O abolicionismo”, ainda que originalmente tenha sido publicado como “Reformas nacionais: o abolicionismo”, título recuperado aqui.
O segundo é assinado por André Rebouças e José do Patrocínio, outras duas figuras resplandecentes da campanha abolicionista. O “Manifesto da Confederação Abolicionista”, nunca republicado, apresenta as questões debatidas por quinze associações abolicionistas do Rio de Janeiro, reunidas em assembleia em maio de 1883.
Obras abertas a interpretações, estes Panfletos abolicionistas são documentos de uma época, mas ainda falam de um Brasil que, em muitos pontos, permanece o mesmo.
Angela Alonso é professora desociologia da Universidade deSão Paulo, pesquisadora doCebrap e do CNPq. Autora deIdeias em movimento: a geração1870 na crise do Brasil-Império(prêmio CNPq/Anpocs, 2001),Joaquim Nabuco: os salões e as rua(2007) e Flores, votos e balas: omovimento abolicionista brasileiro(1868-1888) (Prêmios Jabuti eAcademia Brasileira, 2015). |
JOAQUIM NABUCO nasceu no Recife, em 1849. Em 1866, ingressou na Faculdade de Direito em São Paulo, mas se graduou no Recife. Engajou-se na campanha pela abolição, fundando com André Rebouças, em 1880, a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão. Dado seu protagonismo no Parlamento, foi o responsável pelo encaminhamento formal da abolição na Câmara dos Deputados, em maio de 1888. Morreu em 1910. |
JOSÉ DO PATROCÍNIO nasceu em Campos dos Goytacazes, interior do Rio de Janeiro, em 1854. Trabalhou como servente-aprendiz de farmácia e ingressou na Faculdade de Medicina, mas não conseguiu se formar, barrado por preconceito racial. Diplomou-se em farmácia, em 1874, e passou a escrever em jornais liberais e republicanos. Tornou-se líder da movimentação abolicionista no espaço público, participando ou incentivando a criação de numerosas associações e conferências antiescravistas. Morreu no Rio de Janeiro, em 1905. |
ANDRÉ REBOUÇAS nasceu em Cachoeira, Bahia, em 1838. Em 1854, ingressou na Escola Central, que formava militares e engenheiros. Reconhecido por suas imensas contribuições na área da engenharia, a partir de 1867 dedicou-se à fundação de associações, organização de eventos de propaganda e campanha pró-abolição, construindo pontes entre o movimento abolicionista, a elite social e as instituições políticas. A partir de 1893, residiu em Funchal, na Ilha da Madeira, falecendo em 1898. |
ISBN | 9788582851975 |
Autores | Nabuco, Joaquim (Autor) ; Rebouças, André (Autor) ; Patrocínio, José Do (Autor) ; Alonso, Angela (Compilador, Introdução) |
Editora | Penguin Companhia |
Idioma | Português |
Edição | 1 |
Ano de edição | 2024 |
Páginas | 328 |
Acabamento | Brochura |
Dimensões | 20,00 X 13,00 |
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