Volume 1, contendo os Livros I, II e III.Serão editados mais 3 volumes, completando a obra:Volume 2 (Livros IV, V e VI),Volume 3 (Livros VII, VIII e IX) e Volume 4 (Livro X).Se hoje todos somos missivistas, se somos hoje contumazes escritores de mensagens por e-mail e WhatsApp – em geral breves, mas nem sempre –, não será ocioso lembrar que os antigos romanos sentiam a mesma vontade de comunicar-se, que todo dia queriam contar e saber as novidades, que de contínuo desejavam também comentar e fazer a resenha do que havia de novo na vida pública da Cidade, não menos do que na vida privada de amigos e parentes. E eles o faziam, alguns diariamente, por meio de cartas, ou melhor dizendo, de epístolas, que são cartas escritas para ser publicadas. Os dez livros de epístolas de Plínio, o Jovem (62-c. 114 d.C.) –, que ao lado de Cícero (106-43 a.C.) e Sêneca, o Filósofo (c. 4 a.C.-65 d.C.) foi um dos três grandes epistológrafos da antiga Roma – são como que a crônica diária da vida romana por volta de 100 d.C. no esplendoroso tempo do imperador Trajano. Nada escapa ao olhar testemunhal de Plínio, o Jovem, nada é estranho ou alheio a suas epístolas: a erupção do Vesúvio, que destruiu cidades e matou Plínio, o Velho, seu tio; as decisões importantes no Senado; o interrogatório de cristãos presos por causa de sua fé; o assassinato de um senhor pelos escravos, mas também a doença de um parente, a educação de um jovem, a opinião de Plínio sobre a qualidade da poesia e da oratória do tempo e principalmente o modo extraordinário como descreve (como quem pinta) a beleza de uma região, de um lago, de uma propriedade, de uma estátua. Nada lhe escapa, nem mesmo a mágoa de não receber mensagens, que registra em bilhetes tão curtos como são hoje os de aplicativo. Os romanos nos legaram magníficos escritores que registraram eventos grandiosos (Cícero, César, Virgílio, Tito Lívio) e legaram igualmente escritores como Plínio, o Jovem, que além de tratar de assuntos maiores, soube, mais do que todos, com muita delicadeza tratar também de assuntos menores e até de coisas pequenas, matéria que nem por isso deixa de importar muito a nosso dia a dia.Coedição: Editora MnemaColeção: Clássicos ComentadosTradução, Introdução e Notas: João Angelo Oliva NetoLeitura Crítica: Paulo Sérgio de VasconcellosBilíngue: Latim/PortuguêsAbreviaturasPrólogoIntrodução – Plínio, o Jovem: Um Homem Feliz num Tempo de PazSumário da Vida e da Carreira de Plínio, o JovemA Insuportável FelicidadePlínio à Sombra de Cícero“Carta e Epístola”: Sinônimos? Uma comparação e uma PropostaDuas missivas de VindolandaEpístola Proemial de Plínio, o JovemAlgumas Leis Antigas da Epistolografia em Plínio, o JovemDas Espécies de EpístolasSobre a TraduçãoA Grande Inscrição de Como (CIL, 5, 5262)Um Pouco de Teoria EpistolográficaBibliografia Sumária sobre as Epístolas de Plínio, o Jovem Livro IEpístola 1. Epístola não é historiografiaEpístola 2. Sobre imitar Demóstenes, Calvo e CíceroEpístola 3. Elogio da vila de RufoEpístola 4. Propriedades de Pompeia CelerinaEpístola 5. Re´gulo, o delatorEpístola 6. A Tácito a respeito de Plínio, caçador preguiçosoEpístola 7. Sobre o processo da BéticaEpístola 8. Pedido para corrigir um discursoEpístola 9. Prazer das letras no retiroEpístola 10. Elogio do filo´sofo EufratesEpístola 11. A angustiante falta de epístolasEpístola 12. Morte e elogio de Core´lio RufoEpístola 13. Desinteresse por RecitaçõesEpístola 14. Escolha de um maridoEpístola 15. A falta ao jantarEpístola 16. Sobre Saturnino, orador, historiógrafo e poetaEpístola 17. Uma estatua para Lucio SilanoEpístola 18. A Suetônio sobre um sonho que ele teveEpístola 19. Doação por um cavaleiroEpístola 20. A Tacito sobre brevidade nos discursosEpístola 21. Compra de escravosEpístola 22. Elogio de Ticio AristãoEpístola 23. Sobre assumir causas durante o tribunatoEpístola 24. Um terreno para Suetônio comprar Livro IIEpístola 1. Exéquias de Vergínio RufoEpístola 2. A odiosa falta de EpístolasEpístola 3. Sobre o retor Iseu e sobre controvérsiasEpístola 4. Doação a Calvina. Elogio da parcimôniaEpístola 5. Pedido para corrigir um discursoEpístola 6. Humanidade de Plínio com os escravosEpístola 7. Estatua triunfal para EspurinaEpístola 8. Saudades do lago LárioEpístola 9. Em favor da candidatura de Sexto ErucioEpístola 10. Sobre o receio de publicar os próprios versosEpístola 11. Do processo de Mario Prisco, procônsul na ÁfricaEpístola 12. Mais do processo de Mario Prisco, procônsul na ÁfricaEpístola 13. Recomendação de Vocônio RomanoEpístola 14. Decadência da oratória judiciáriaEpístola 15. Aquisição de terrasEpístola 16. Sobre os desejos do testadorEpístola 17. Ecfrase da vila de Plínio em LaurentoEpístola 18. Procura por um preceptorEpístola 19. Sobre a recitação de um discurso de PlínioEpístola 20. Regulo, o caçador de testamentos Livro IIIEpístola 1. Elogio da vida de EspurinaEpístola 2. Elogio de Arriano MaturoEpístola 3. Recomendação de um excelente preceptorEpístola 4. Mais sobre o processo da BeticaEpístola 5. Sobre os livros de Plínio, o VelhoEpístola 6. Ecfrase da estatua de um anciãoEpístola 7. Vida e morte do poeta Silio ItálicoEpístola 8. A Suetônio sobre transfêrencia do tribunatoEpístola 9. Dificuldades no processo da BeticaEpístola 10. Biografia para o filho morto de EspurinaEpístola 11. Elogio do filosofo ArtemidoroEpístola 12. A embriaguez de CatãoEpístola 13. Opinião de Plínio sobre seu Panegírico de TrajanoEpístola 14. Assassinato de um senhor pelos escravosEpístola 15. Sobre os Versos de Silio ProculoEpístola 16. Feitos de uma mulher notável, Arria, a mais VelhaEpístola 17. Outra vez a angustiante falta de EpístolasEpístola 18. Da recitação do Panegírico de TrajanoEpístola 19. Compra de uma propriedadeEpístola 20. Sobre votos abertos e votos secretosEpístola 21. Morte do poeta Marco Valério Marcial
Sobre os autores(as)
Oliva Neto, João Ângelo
João Ângelo Oliva Neto é Livre-docente em Letras Clássicas desde 2013 pela Universidade de São Paulo, onde obteve o título de Doutor (1999) e Mestre (1993) ambos em Letras Clássicas. Formou-se em Letras (Latim e Grego em 1988, e Inglês e Português em 1982) na Universidade de São Paulo, onde é professor-associado 1 na Graduação em Língua e Literatura Latina e na Pós-Graduação em Letras Clássicas. Atua principalmente nas seguintes linhas de pesquisa: gêneros da poesia antiga, tradução poética do grego e do latim e estudos de história da tradução de poesia greco-latina em português. |
O Jovem, Plínio
Caio Plínio Cecílio Segundo - também conhecido como Plínio, o Jovem, o Moço ou o Novo, foi orador famoso, jurista, político e governador. Sobrinho-neto de Plínio, o Velho, que o adotou, estava com ele no dia da grande erupção do Vesúvio (79 d.C.), mas não o acompanhou na viagem de barco até o vulcão em erupção que se revelaria mortal. Seus escritos sobre esse dia, no qual Pompeia foi arrasada, são o principal documento escrito que versam a respeito de como sucedeu tal erupção. As cartas trocadas entre Plínio e o imperador Trajano, preservadas até os dias de hoje, são consideradas um dos mais valiosos documentos para entender a organização e a vida cotidiana do império romano da época. Nelas, Plínio cita pela primeira vez o cristianismo num documento romano conhecido. |
Vasconcellos, Paulo Sérgio
Paulo Sérgio de Vasconcellos foi professor de Latim da USP e da Universidade Mackenzie e hoje é professor-colaborador da Unicamp, universidade em que atuou como docente por mais de trinta anos. Coordena o Grupo de Trabalho Odorico Mendes, que publicou edições comentadas e anotadas de todas as traduções de Virgílio realizadas por esse tradutor maranhense. Entre seus livros, contam-se Efeitos Intertextuais na Eneida de Virgílio, Sintaxe do Período Subordinado Latino e Persona Poética e Autor Empírico na Poesia Amorosa Romana. |