O MELHOR DA NÃO FICÇÃO DE GEORGE ORWELL[Orwell] era o amálgama de todo e qualquer homem que busca diligentemente a verdade, não importando quão desagradáveis suas implicações para os outros e até para si mesmo.”George WoodcockGeorge Orwell foi um dos autores de língua inglesa mais aclamados do século XX. Hoje é amplamente conhecido pelos clássicos A Fazenda dos Animais e 1984, publicados nos últimos anos de uma vida abreviada pela morte precoce. Mas foi com textos de não ficção que ele construiu sua carreira de jornalista e escritor. Poucas são as mentes que aliaram como ele a preocupação com a forma e o estilo a uma visão de mundo humanista, democrática e inconformada com injustiças.Este volume reúne uma seleção dos treze melhores ensaios e textos curtos de não ficção lavrados pelo genial autor, agrupados por tema. A seção “Escrita, livrarias e livros” traz textos sobre a vida de escritor e sobre a intelectualidade, além de “Por que eu escrevo”, em que Orwell faz sua profissão de fé e adianta uma consideração polêmica à época: “A opinião de que a arte não deve ter nada a ver com a política é, ela mesma, uma atitude política”. “Lembranças de um guarda imperial” abarca três artigos magistrais em que o escritor relata episódios dos anos em que trabalhou como membro das forças da lei nas colônias britânicas – experiência que moldou seu antitotalitarismo e anti-imperialismo; entre eles, o lapidar “Abatendo um elefante”, uma reflexão sobre a violência. Em “Marginalizados”, estão coligidos “Um dia na vida de um vagabundo” e “Mendigos em Londres”, amostras das várias reportagens e textos que o autor escreveu sobre o cotidiano de pessoas sem teto. Em “Política e sociedade”, o leitor encontrará artigos sobre a liberdade de imprensa e nacionalismo, além do clássico “O que é o fascismo”. A última seção, “Memórias de infância”, traz o texto de 1947 “Tais, tais eram as alegrias”, em que ele, homem maduro, rememora as experiências escolares que ajudaram a forjar seu caráter inconformista.Em 1946, Orwell concluiu: “Quando começo a escrever um livro, não digo a mim mesmo: ‘Vou criar uma obra de arte’. Escrevo porque há alguma mentira que quero desmascarar, algum fato para o qual quero chamar a atenção [...]”. Eis o melhor da prosa não ficcional de um autor combativo e comprometido como poucos com as questões de seu tempo – questões que na verdade dizem respeito a aspirações universais e atemporais do ser humano, como liberdade e justiça. Estes textos farão o deleite de todos os apreciadores de valores humanistas expressos em uma prosa irretocável.Os Editores 1) George Orwell é um dos autores mais festejados do século XX. Suas duas obras mais conhecidas entre os leitores brasileiros são os romances 1984 e A Fazenda dos Animais. No entanto, o autor também escreveu vários livros de não ficção, amplamente aclamados no mundo anglófono; esta coletânea de ensaios e artigos é uma porta de entrada ideal para a não ficção orwelliana.2) Traz os ensaios mais celebrados do autor, como “Por que escrevo”, em que faz sua profissão de fé, e “Abatendo um elefante”, considerado um dos mais belos ensaios da língua inglesa, e “O que é o fascismo?”.3) Traz treze textos organizados tematicamente em cinco seções: Escrita, livrarias e livros; Lembranças de um guarda imperial; Marginalizados; Política e sociedade; e Memórias de infância.4) Embora tenha vivido como jornalista, escrevendo sobre assuntos da atualidade, Orwell ficou conhecido pela elegância estilística - era um esteta da língua inglesa - e pela abordagem atemporal com que tratava os mais diversos tópicos, do sentimento nacionalista a cigarros. Estas duas características garantem o interesse, hoje, dos textos que compõem a coletânea.5) O autor passou à posteridade como exemplo de comentarista que nunca se omitiu e sempre marcou posição diante das principais ameaças do turbulento século XX, como o fascismo, o nazismo, o stalinismo e outros totalitarismos. Neste início de século XXI, em que várias conquistas democráticas estão sendo ameaçadas em todo o mundo, sua escrita torna-se ainda mais relevante, inspiradora e necessária.6) Desde o início do trumpismo nos Estados Unidos, Orwell passou a ser relido e visto como um símbolo da resistência progressista (a frase “Make Orwell fiction again” ganhou o mundo). Os tempos atuais, de recrudescimento de radicalismos fundamentalistas, fazem ressoar a frase orwelliana do ensaio “Por que eu escrevo?”: “A opinião de que a arte não deve ter nada a ver com a política é, ela mesma, uma atitude política”. 7) Tradução de Denise Bottmann, uma das tradutoras literárias mais renomadas da atualidade.8) Pode ser exposto junto com 1984 e A Fazenda dos Animais.
Sobre o autor(a)
Orwell, George
George Orwell é o pseudônimo de Eric Arthur Blair, nascido em Motihari, na Índia britânica, em 1903, e educado na Inglaterra. Trabalhou no Exército, seguindo a tradição familiar, foi membro do Partido Independente e canalizou para a literatura sua voz contra injustiças sociais, marca em obras consagradas como a Revolução dos Bichos e 1984. O autor morreu de tuberculose, em Londres em 1950. |