“Pensei que você fosse jogar o telefone pela janela, se livrando, nos livrando de todo o mal, de toda a burocracia, de todos os protocolos, de todos os artigos, de todos os advogados. Finalmente éramos só você e eu. Você me olhou – eu já nua na cama, ofegante, líquida, precisando de você – e disse: ‘Eu quero colocar a minha boca aqui.’E mergulhou em mim. Tive a sensação de que iria me afogar, de que iria morrer, de que iria ser feliz para sempre naquele preciso e precioso momento, você mergulhado em mim, persianas fechadas, mãos entrelaçadas, necessidade e desejo, a gente protegido de tudo, você obedecendo ao desejo da sua boca e do meu corpo. Eu tive – sim, eu tive, eu juro – a sensação de que seria feliz para sempre.” Em seu romance de estreia, Clara Corleone aborda as relações amorosas-sexuais do século XXI, com homens e mulheres ora buscando novas formas de estar junto, ora reencenando antigos papéis. Num estilo arejado, com diálogos certeiros e instigantes, a autora celebra a amizade entre mulheres e o poder de se reinventar. Um romance pulsante, que nos provoca a devorá-lo inteiro. 1) Romance sobre um triângulo amoroso entre Clarissa e Tarso, que são casados há vários anos, e Clara, com quem Tarso mantém uma relação extraconjugal tórrida.2) Em capítulos curtos, o romance dá voz ora a Clara, que anseia pela presença e pelo amor de Tarso, ora a Clarissa, que está em crise não só com o casamento, mas também com sua vida profissional. 3) As descrições das cenas de sexo são muito bem-feitas e têm papel importante na narrativa e na identificação com os personagens. 4) A autora e as próprias personagens se veem às voltas com premissas do feminismo e como aplicá-las em suas próprias vidas. Valorizam a sororidade - o próprio livro é uma homenagem à amizade entre mulheres -, mas se deparam com uma sociedade patriarcal, ao mesmo tempo em que buscam desconstruir o machismo em si mesmas e se reinventar.5) Solidão em meio a outras pessoas, as armadilhas da vida social em tempos de Tinder, a dor de se fazer um aborto clandestino, as angústias de uma separação, o apoio que só um grupo de melhores amigas pode oferecer, a boemia intelectual: leitoras adultas se identificarão facilmente com estas facetas da vida de mulheres jovens de classe média-alta vivendo em grandes cidades brasileiras. 6) A prosa de Clara Corleone é agradável de ler, os diálogos são muito vívidos, e o romance não se deixa largar. Um livro de ler numa só sentada.7) Clara Corleone é autora de O homem infelizmente tem que acabar, um livro de crônicas lançado em 2019 pela Zouk, e ministra cursos de escrita criativa.8) As orelhas foram escritas por Martha Medeiros, e a ideia para o livro surgiu numa oficina com o escritor Daniel Galera.
Sobre o autor(a)
Corleone, Clara
Clara Corleone nasceu em Porto Alegre. É atriz (formada pela UFRGS), escritora e professora de escrita criativa. Publicou o livro de crônicas O homem infelizmente tem que acabar (Zouk, 2019), que recebeu o prêmio Minuano de Literatura, do Instituto Estadual do Livro do Rio Grande do Sul, e o romance Porque era ela, porque era eu (2021), vencedor do Prêmio Jacarandá, categoria autor revelação. |
ISBN | 9786556662060 |
Autor(a) | Corleone, Clara (Autor) |
Editora | L&pm |
Idioma | Português |
Edição | 1 |
Ano de edição | 2021 |
Páginas | 168 |
Acabamento | Brochura |
Dimensões | 21,00 X 14,00 |