"Quando você começou a sentir ciúmes, a dizer que eu tinha dono, a me chamar de “tua”, a vigiar meus passos, a fazer perguntas demais, a regular o tamanho do meu vestido, confesso que gostei. [...]E mais: senti um alívio. Eu tenho muita vergonha de admitir isso, mas é verdade. Eu tinha medo de que esse tipo de relação nunca acontecesse comigo: um namoro em que me sentisse não só desejada, mas amada, cuidada e protegida.É horrível admitir, mas o jeito doente com que você me tratou fez com que eu me sentisse finalmente amada. O ciúme. O controle. Os rompantes. O zigue-zague atordoante de uma relação que nunca mais foi tranquila. Sempre aos solavancos. Sempre à mercê da explosão da tua desconfiança. E eu achei que era amor. Clara, a protagonista deste romance e alter ego da autora, é protegida por diversas camadas sociais: é branca, de classe média alta, com formação universitária, criada por uma família estruturada e amorosa, que apoia sua carreira artística. Do alto de seus privilégios, ela e suas amigas curtem a vida ao máximo – ou ao máximo do que é permitido para jovens mulheres urbanas e escolarizadas nos dias de hoje. Feministas inveteradas que são, dão duro na carreira, amam a boemia e são donas de seus corpos, do qual usufruem como bem entendem." "1. Clara Corleone é uma das mais originais vozes da nova ficção brasileira, trazendo à discussão questões presentes na vida de jovens mulheres urbanas no século 21. 2. O romance se passa em dois planos: no plano coletivo, a cidade de Porto Alegre é alarmada pelos ataques de um criminoso em série que joga ácido no rosto de mulheres que caminham sozinhas; no plano pessoal, a protagonista e suas melhores amigas sofrem na carne as microviolências cotidianas de uma sociedade atravessada pelo machismo estrutural. 3. O estilo da autora se faz presente na prosa inteligente, moderna e fácil de ler, difícil de largar. 4. A maneira como a autora narra cenas de sexo, focando no prazer feminino, é um sopro de ar fresco, já que a literatura - mesmo a erótica - costuma se basear em uma visão masculina do sexo. 5. São aqui tratados alguns dos temas mais candentes da atualidade: a sororidade, o assédio sexual, as relações de poder e desigualdade de gênero. 6. Sessão de autógrafo marcada para 30 de outubro na Feira do Livro de Porto Alegre, às 18h; no dia 29, a autora participa também da mesa redonda Mulheres na Literatura."
Sobre o autor(a)
Corleone, Clara
Clara Corleone nasceu em Porto Alegre. É atriz (formada pela UFRGS), escritora e professora de escrita criativa. Publicou o livro de crônicas O homem infelizmente tem que acabar (Zouk, 2019), que recebeu o prêmio Minuano de Literatura, do Instituto Estadual do Livro do Rio Grande do Sul, e o romance Porque era ela, porque era eu (2021), vencedor do Prêmio Jacarandá, categoria autor revelação. |
ISBN | 9786556662855 |
Autor(a) | Corleone, Clara (Autor) |
Editora | L&pm |
Idioma | Português |
Edição | 1 |
Ano de edição | 2022 |
Páginas | 160 |
Acabamento | Brochura |
Dimensões | 21,00 X 14,00 |