Sobre O Estudo Da Poesia Grega..-

Código: 449640 Marca:
R$ 69,00
ou R$ 65,55 via Pix
Comprar Estoque: 10 dias úteis
  • R$ 65,55 Pix
  • R$ 69,00 Boleto Bancário
  • R$ 69,00 Pagali Cartão
* Este prazo de entrega está considerando a disponibilidade do produto + prazo de entrega.

   A concepção filosófico-histórica de Schlegel tem três raízes: a experiência da Antiguidade, o sofrimento refletido na Modernidade e a esperança no reino vindouro de Deus. [...] A Antiguidade natural e perfeita foi apreendida em sua natureza única e integrada ao processo histórico do espírito como o primeiro período [...]. Por essa razão, a Antiguidade não é mais reproduzível no presente, este é compreendido como o segundo período [...]. Todavia, a Antiguidade torna-se significativa para o futuro. O que está ainda por vir não deve, assim, ser sua repetição, ou seja, nenhuma completude natural, mas uma totalidade espiritual que se desenvolve a partir do núcleo da própria Modernidade.

Peter Szondi

   O Romantismo no final do século XVIII foi um movimento tão multifacetado que dele já se disse que rompeu com os clássicos, mas também que permaneceu sob a tirania dos clássicos. Para artistas e filósofos, estava em questão a antiga herança grega, isto é, a relação com sua tradição. Nesse contexto, Sobre o estudo da poesia grega foi central na gênese do pensamento romântico alemão sobre a história.

   O título já é indicativo: não se trata apenas da poesia grega, mas de como fazer o seu estudo. O problema, para o jovem autor Friedrich Schlegel, era menos a arte clássica do que a forma de se apropriar dela contemporaneamente. O objetivo do debate erudito era também comparar o passado à nova situação presente: aquele tinha unidade, totalidade, objetividade, naturalidade, ingenuidade e beleza; esta era fragmentada, individual, subjetiva, artificial, reflexiva e interessante. Novalis, poeta e amigo de Schlegel, dizia que a estética do Romantismo não apenas estava criando a modernidade, mas também — pelo contraste — a antiguidade.

   O desafio, como se vê, não estava em recusar ou endossar os clássicos, e sim em entreter uma relação diferente com eles.

   Os românticos recuperaram o valor da Idade Média e descobriram o Oriente, porém, jamais abandonaram a Grécia. Por sua vez, o elogio à poesia grega — e ele é intenso aqui — exigiria uma crítica de seu estudo habitual, que se amparava na mera imitação de velhos modelos.

   Isso porque a meta de Schlegel era contribuir, por meio da crítica literária, para a formação moderna. Era compreender como os versos de Dante ou os dramas de Shakespeare pavimentavam o caminho a seguir pela poesia, a partir de um novo contato com os antigos, menos submisso às lições poéticas aristotélicas.

   O “dialeto dos fragmentos” de vanguarda que Schlegel iria, depois, inventar com seu grupo da revista Athenäum foi, em grande escala, um desdobramento e uma transformação de Sobre o estudo da poesia grega. Esse marco no debate moderno sobre a antiguidade, além de nos ensinar sobre a cultura clássica, expõe assim a ideia de uma perfectibilidade infinita da poesia, de que há uma poesia universal e progressiva, justamente o que foi buscado pela filosofia do Romantismo.

Pedro Duarte

PUC-Rio

Sobre os autores(as)

Luz De Medeiros, Constantino

Professor de Teoria da Literatura e Literatura Comparada da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Possui Graduação em Letras pela Universidade de São Paulo; mestrado e doutorado em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo (USP); pós-doutorado pela Universidade de São Paulo. É autor de "A invenção da modernidade literária. Friedrich Schlegel e o romantismo alemão" (Iluminuras, 2018). Traduziu diversas obras seminais dos românticos alemães, tais como "Relato das obras poéticas de Giovanni Boccaccio" (Humanitas/USP, 2014); "Fragmentos sobre poesia e literatura" (Editora Unesp, 2016); "Sobre o estudo da poesia grega" (Iluminuras, 2018), "Lucinde", (Iluminuras, 2019). "Poéticas românticas alemãs", "Conversa sobre a poesia de Friedrich Schlegel e os Fragmentos da Athenäum de August Wilhelm Schlegel". (Editora Relicário, 2020). Seu principal interesse de pesquisa é o Longo Século XVIII e suas refrações nos âmbitos da teoria, crítica, história da literatura e filosofia. É líder do Grupo de Pesquisa sobre o Romantismo e a Modernidade - Gérmen (UFMG), membro associado da Friedrich Schlegel Gesellschaft e da Comissão Científica da Revista Athenäum (Alemanha). Participa do GT "História da Literatura" da ANPOLL. Entre os anos de 1989 e 2001 residiu na Alemanha, onde desenvolveu pesquisas e atividades artísticas junto ao Interkunst e. V. com sede em Berlim.

Schlegel, Friedrich

Karl Wilhelm Friedrich von Schlegel foi um poeta, crítico literário, filósofo, filólogo, indologista e tradutor alemão liberal. Irmão mais novo do também filósofo August Wilhelm Schlegel, participou da primeira fase do Romantismo na literatura alemã, conhecida como Frühromantik ou Romantismo de Jena.
ISBN 9788573215885
Autores Schlegel, Friedrich (Autor) ; Luz De Medeiros, Constantino (Tradutor)
Editora Iluminuras
Coleção/Serie Biblioteca Pólen Coleção
Idioma Português
Edição 1
Ano de edição 2021
Páginas 160
Acabamento Brochura
Dimensões 14,00 X 21,00

Produtos relacionados

R$ 69,00
ou R$ 65,55 via Pix
Comprar Estoque: 10 dias úteis
Sobre a loja

Myre Livraria, sua livraria online especializada em importação e revenda de livros nacionais e internacionais. Oferecemos uma vasta seleção de materiais didáticos de alta qualidade para aprender inglês, espanhol, francês, alemão e muito mais. Aproveite preços competitivos e entrega rápida em todo o Brasil

Pague com
  • Pagali
  • Pix
Selos

Myre Editora Ltda. - CNPJ: 50.295.718/0001-20 © Todos os direitos reservados. 2025


Para continuar, informe seu e-mail

Utilizamos cookies para que você tenha a melhor experiência em nosso site. Para saber mais acesse nossa página de Política de Privacidade