Um acontecimento literário. A história de uma profunda amizade. Um diálogo vigoroso. Pela primeira vez num único volume tudo o que escreveram juntos dois dos autores latino-americanos mais influentes de todos os tempos.
Este livro reúne todos os romances, contos, crônicas e textos esparsos que os argentinos Adolfo Bioy Casares e Jorge Luis Borges escreveram juntos durante meio século. É o registro da mais emblemática parceria da história da literatura e, sobretudo, a história de uma amizade intensa. Quando se conheceram, no início da década de 1930, Bioy tinha dezessete anos, e Borges, pouco mais de trinta. Borges conta que um dos principais acontecimentos de sua vida foi o início dessa relação. A partir de então, e por muito tempo, passaram a se encontrar quase que diariamente para discutir textos, inventar e aperfeiçoar personagens e tramas. Bioy escrevia e ambos debatiam o enredo, norteados por uma série de regras: oralidade triunfante, propostas alternadas, exigência mútua, direito permanente de veto, prioridade ao jogo e ao prazer. “Começamos a escrever”, diz Borges, “de um jeito que não se parecia nem a Bioy nem a Borges. Criamos entre os dois um terceiro personagem que só existe quando estamos conversando”.
Com posfácios de Davi Arrigucci Jr., Júlio Pimentel Pinto e Michel Lafon, este livro é uma ode à cumplicidade de dois dos autores mais extraordinários das letras mundiais. Uma obra-prima a ser descoberta e redescoberta.
“Ao se opor a meu gosto pelo patético, pelo sentencioso e pelo barroco, Bioy fez-me sentir que a discrição e o comedimento são mais convenientes. […] Eu diria que Bioy foi me levando aos poucos ao classicismo.” — Jorge Luis Borges
“Toda colaboração com Borges equivalia a anos de trabalho. […] Quando duas pessoas escrevem juntas e não são vaidosas o resultado é melhor do que quando trabalham separadas.” — Adolfo Bioy Casares
“A escrita de Borges e Bioy era grandiloquente e extravagante, e não a mera superposição da voz dos autores, mas sua transcendência, nascida de um elo misterioso que só existia no ato da colaboração.” — Michel Lafon e Benoît Peeters
“Eram o mesmo outro: um terceiro escritor, inassimilável tanto a um quanto a outro, profundamente excêntrico.” — Alan Pauls
JORGE Francisco Isidoro LUIS BORGES Acevedo nasceu em Buenos Aires, em 24 de agosto de 1899, e faleceu em Genebra, em 14 de junho de 1986. Antes de falar espanhol, aprendeu com a avó paterna a língua inglesa, idioma em que fez suas primeiras leituras. Em 1914 foi com a família para a Suíça, onde completou os estudos secundários. Em 1919, nova mudança — agora para a Espanha. Lá, ligou-se ao movimento de vanguarda literária do ultraísmo. De volta à Argentina, publicou três livros de poesia na década de 1920 e, a partir da década seguinte, os contos que lhe dariam fama universal, quase sempre na revista Sur, que também editaria seus livros de ficção. Funcionário da Biblioteca Municipal Miguel Cané a partir de 1937, dela foi afastado em 1946 por Perón. Em 1955 seria nomeado diretor da Biblioteca Nacional. Em 1956, quando passou a lecionar literatura inglesa e americana na Universidade de Buenos Aires, os oftalmologistas já o tinham proibido de ler e escrever. Era a cegueira, que se instalava como um lento crepúsculo. Seu imenso reconhecimento internacional começou em 1961, quando recebeu, junto com Samuel Beckett, o prêmio Formentor dos International Publishers — o primeiro de uma longa série. |
ADOLFO BIOY CASARES nasceu em 1914, em Buenos Aires, onde morreu, em 1999. Um dos principais ficcionistas da prosa em espanhol, autor de contos e romances, ganhou prêmios como o Cervantes, em 1990. Publicou, entre outros, dois dos grandes romances latino-americanos do século XX, A invenção de Morel e O sonho dos heróis. |
Davi Arrigucci Jr. é professor aposentado de Teoria Literária e Literatura Comparada na usp. Como ensaísta e crítico literário, publicou obras como O escorpião encalacrado: A poética da destruição em Julio Cortázar (São Paulo: Perspectiva, 1973), Enigma e comentário (São Paulo: Companhia das Letras, 1987), Humildade, paixão e morte: A poesia de Manuel Bandeira (1990), Coração partido: Uma análise da poesia reflexiva de Drummond (São Paulo: Cosac Naify, 2002) e O guardador de segredos (SãoPaulo: Companhia das Letras, 2010). Escreveu dois livros de ficção: Ugolino e a perdiz (São Paulo: Cosac Naify, 2003) e O rocambole (São Paulo: Cosac Naify, 2005); também traduziu alguns clássicos de Jorge Luis Borges, entre eles, O Aleph (1940) e Ficções (1944). |
Julio Pimentel Filho - Graduado em História (1985), mestre (1991), doutor (1995) e livre docente (2010) em História Social pela Universidade de São Paulo. Deu aula no Departamento de História da PUC-SP entre 1987 e 1998 e, desde 1999, é professor no Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP). Pesquisa e estuda as relações entre história e ficção. Publicou, entre outros, Uma memória do mundo. Ficção, memória e história em Jorge Luis Borges (Estação Liberdade, 1998) e A leitura e seus lugares (Estação Liberdade, 2004). |
ISBN | 9788535934953 |
Autores | Casares, Adolfo Bioy (Autor) ; Borges, Jorge Luis (Autor) ; Ribeiro, Maria Paula Gurgel (Tradutor) ; Longo, Celso (Design) ; Trench, Daniel (Design) ; Arrigucci Jr., Davi (Posfácio) ; Pinto, Júlio Pimentel (Posfácio) ; Lafon, Michel (Posfácio) |
Editora | Companhia Das Letras |
Idioma | Português |
Edição | 1 |
Ano de edição | 2023 |
Páginas | 536 |
Acabamento | Brochura |
Dimensões | 23,00 X 16,00 |
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